quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ventos e Velas




O arpoador de nuvens

É dia no Arpoador, mas as cores vibrantes da paisagem dão lugar aos tons de cinza que se alternam entre contrastantes nuances de luz e sombra, deixando ver apenas a silhueta dos corpos. O cume duplicado do Morro Dois irmãos, que aponta em direção ao infinito horizontal, nos faz imaginar o céu sem cor para onde olha o homem exausto. Ao centro, a faixa luminosa que os separa mune de textura o mar estático. Dizem que essa pequena extensão de areia, confinada entre as pedras do Forte de Copacabana e a praia de Ipanema, ganhou o nome de Arpoador porque, no passado, era um lugar onde arpoava-se baleias. Arpoar, arremessar o arpão, agarrar, seduzir... baleias, ondas, amores, nuvens.
(Texto: Caroline Fernandes)
(Foto: Alexandra Ferreira)